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Cálculo Genético

Este capítulo é de importância vital para que se possa compreender melhor os princípios de hereditariedade entre os vários fatores das aves, neste caso no Bengalim do Japão.

Os princípios que regem os acasalamentos (cruzamento genético) consistem na transmissão de genes à descendência, os quais têm grande influência em cruzamentos futuros e também em diferentes vertentes de trabalho segundo os quais um criador poderá seguir com a finalidade de alcançar o exemplar perfeito (Standard) de uma determinada espécie.

Com esta exemplificação prática dos cruzamentos pretende-se que nós criadores adquiramos uma melhor compreensão da relevância deste tema para a obtenção de excelentes exemplares e, acima de tudo, para aferir quais os resultados dos cruzamentos das aves em questão, de modo a que todos possamos compreender exatamente o que possuímos.

Seguidamente serão abordados os métodos de cálculo para a determinação da descendência em vários tipos de acasalamentos, aplicando também alguns exemplos práticos.

Estando presente um gene cujo locus está situado nos cromossomas sexuais, o par é representado  por ZZ (macho) e ZfW (fêmea). Note-se que esta letra f é utilizada apenas para identificar o cromossoma Z da fêmea.

Mutação Autossómica 

Quando estamos perante um gene cujo locus está localizado nos autossomas (cromossomas autossómicos), o par é então representado da seguinte forma, ZZ (macho) e ZfZf (fêmea).  

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Nota: Através desta esquematização dos cromossomas sexuais podemos inferir que descendem 50% machos e 50% fêmeas.
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Nota: Através dos cromossomas podemos verificar que a característica em estudo nos descendentes é independente do sexo.
Mutação Autossómica x Mutação Ligada ao Sexo
Quando estamos perante um gene cujo locus está situado nos autossomas (cromossomas autossómicos), o par é representado por ZZ (macho).
Por outro lado, estando diante de um gene cujo locus é nos cromossomas sexuais, o par é representado por ZfW (fêmea).
Admitindo que o gene em estudo, na fêmea, está localizado nos cromossomas sexuais, contrariamente, o gene do macho está situado nos autossomas
A fundamentação teórica deste cruzamento incide na interação de genes pertencentes a pares de cromossomas diferentes, ou seja, a informação relativa aos dois progenitores corresponde a a pares de cromossomas onde as mutações não apresentam um comportamento interativo direto, logo cada progenitor transmitirá os respetivos genes sem ligação direta entre os mesmos. 

Macho ZZ x fêmea ZfW

Ora, posto isto, é primordial representar o par correspondente ao par de cromossomas que possui o gene autossómico do macho na fêmea, ZhZh_ZfW. No macho ocorre o mesmo inconveniente, teremos então de representar o par sexual do macho, ZZ_ZsZs.

Macho ZZ_ZsZs x Fêmea ZhZh ZfW

Detendo agora a representação dos dois pares de genes nos dois progenitores podemos representar mais facilmente o fenómeno de interação entre eles, onde o par ZZ do macho apenas poderá interagir com o par ZhZh da fêmea e o ZsZs do macho apenas poderá interagir com o ZfW da fêmea.




 
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Exemplificação Prática:
Atente-se no seguinte cruzamento. Como o macho é portador de duas mutações diferentes , cujos locus estão situados em cromossomas diferentes existem duas possibilidades.

Macho (Negro Castanho Portador de Cinzento e Perolado) - ZaZc_ZZp x  Fêmea (Negro Castanho) - ZaZa_ZbW


Existe a possibilidade de a mutação que dá origem ao fator Cinzento e a mutação que dá origem ao fator Perolado estarem localizados no mesmo gâmeta (1ºcaso) ou existe a variante possível em que as duas mutações podem encontrar-se em diferentes gâmetas (2ºcaso). 


 
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ZaZa_ZbZp - 25% machos Negro Castanhos portadores e Perolado
ZaZc_ZbZ - 25% machos Negro Castanhos portadores de Cinzento
ZaZa_WZp - 25% fêmeas Negro Castanhas Peroladas
ZaZc_WZ - 25% fêmeas Negro Castanhas portadoras de Cinzento
Penetrância e Expressividade
Estes dois termos são aplicados, frequentemente na argumentação acerca da variabilidade genética dos efeitos de genes específicos no fenótipo. 
Em suma, quando o grau de expressão fenotípica varia de indivíduo para indivíduo, o gene possui expressividade variável e quando a variabilidade na expressividade de um dado gene é tal que a presença do gene nem sempre culmina num efeito fenotípico d
etectável, diz-se assim que o gene possui penetrância incompleta.
Seleção na Criação
De um modo geral, todos os criadores, mesmo aqueles que não se preocupam tanto com a qualidade acabam sempre por fazer uma seleção de aves no plantel de criação, sendo que, esta é efetuada com um único intuito, de produzir a uniformidade das qualidades/características que estão presentes nos melhores exemplares.
Todavia, este objetivo visa também na criação de aves não apenas perfeitas, como também com tendências hereditárias a reproduzir a sua própria perfeição, de modo a atingir a excelência universal no número máximo de descendentes possível.
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